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Maria Goretti Maciel recebe o 11º Prêmio Averroes

  • Foto do escritor: Contato Instituto Premier
    Contato Instituto Premier
  • 10 de dez.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 11 de dez.

Com música, comida e afeto, Maria Goretti Maciel recebeu das mãos de Ausônia Donato o Troféu Averroes 2025; o encontro foi realizado na Praça Memorial Vladimir Herzog, durante a edição de novembro do evento Todo Mundo Tem Que Falar, Cantar e Comer.


Por Luana Copini | Fotos: Sergio Decourt | Vídeo: João Rocha Rodrigues



Que tal fechar o mês em uma Praça, celebrando, comendo, encontrando gente interessante e prestigiando artistas geniais da nossa cultura? Pois é, foi assim que o ‘Todo Mundo Tem Que Falar, Cantar e Comer’ fechou novembro.


Dedicada à cerimônia do Prêmio Averroes 2025, esta edição, como de costume e via de regra, foi realizada no último domingo do mês, dia 30, na Praça Memorial Vladimir Herzog. O encontro reuniu paliativistas de diferentes regiões do país, além de familiares e amigos da homenageada, a médica Maria Goretti Maciel.


Com uma trajetória marcada pela humanização e pelo embasamento científico, Goretti é uma das maiores referências em Cuidados Paliativos no Brasil. Ela foi uma das fundadoras da Academia Nacional de Cuidados Paliativos e é autora de importantes publicações que ajudam a disseminar o conhecimento sobre cuidados paliativos, destacando a visão de um cuidado integral e compassivo.


“Há 25 anos eu faço aquilo que o Cuidado Paliativo manda e fico meio encafifada quando alguém vem e diz: vamos fazer ciência. Sim, ciência, é claro. Mas, ciência sem afeto não existe, não perdura, não fica e não produz o cuidado que a gente quer produzir”, reflete Goretti enfatizando seu modo de agir.


Ao olhar para a sua trajetória profissional e suas escolhas, ela completa: “Acho que o grande aprendizado do Cuidado Paliativo foi aprender a estar ao lado. Muitas vezes quietinha, muitas vezes olhando, algumas vezes chorando junto, algumas vezes abraçando. É uma escola, a gente aprendeu a estar do lado de quem sofre”.



Para Samir Salman, diretor presidente do Instituto Premier e anfitrião da cerimônia, o intuito do Prêmio, que é reconhecer a trajetória de pioneirismo e compartilhamento, são pontos centrais da celebração. “Neste mundo que a gente vive, as pessoas não são valorizadas como deveriam… O papel que a Goretti exerceu na medicina paliativa brasileira é um legado que precisa ser reconhecido”, destaca Samir.


Parafraseando Cecily Saunders, o médico Cadu Jouan, presidente da Academia Estadual de Cuidados Paliativos de São Paulo (AECP-SP), considera ao se referir ao paciente em cuidados paliativos: “Quero te dar vida até o último segundo de vida”.



Da citação, Cadu destaca que Goretti também foi responsável por inspirar inúmeros profissionais no Cuidado Paliativo: “Ela foi forte, sofreu discimiação, pra gente hoje poder falar de vida, pra gente hoje poder falar do ser humano e não da doença. Quando a gente entra em um quarto, em uma residência, a gente está entrando na vida e não na morte de uma pessoa. É isso que a gente quer, é isso que a gente faz, e é isso que a senhora nos ensinou”.


"É uma honra e uma obrigação elevar adiante tudo que a gente aprendeu com a senhora. Quantos alunos passaram pelo estágio, pela enfermaria. Não se pode ter a dimensão de quantas pessoas passaram pelo Cuidado Paliativo através do seu olhar" destaca Lis Utimi, da Comunidade Compassiva de Heliópolis, ao afirmar que muitas pessoas, pelo Brasil, fazem Cuidados Paliativos de forma direta ou indiretamente inspirados por Goretti.



"Eu entendo que a tua ação na educação, na assistência, na fundação da nossa Academia, na direção e liderança por muitos anos, porque né, hoje eu estou, os cargos eles transacionam, o legado fica e o teu legado é inquestionável" celebra Daniela Aceti, psicóloga clínica e hospitalar, diretora da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) reafirmando à Goretti que "não há um paliativa que não seja atravessado e marcado pelo teu ensinamento".



A médica paliativista paraense, Lorena Agrizzi, veio à São Paulo especialmente para celebrar com Goretti sua trajetória. "Não dá pra pegar o que é daqui e levar pra lá, implantar lá, porque o jeito de viver é diferente, os tempos são outros. E eu fico muito feliz ao ver você nesta nova fase, que semelhante à lá, integra este cuidado da natureza com o cuidado da vida".



Ausônia Donato, educadora homenageada na 2ª edição do Prêmio, em 2009, fez as honras da homenagem, ao entregar o troféu à Goretti: "Bem-vinda ao time de averroístas!"


Heloísa Fernandes, no piano, Toninho Carrasqueira e Luísa Carvalho, na flauta, Ivan Vilela, na viola brasileira de 10 cordas e Emiliano Castro, com violão de 7 cordas, abrilhantaram o encontro com música de mais alto nível, contemplando composições próprias e de grandes artistas da música brasileira.



O caminho dos músicos convidados encontra o percurso construído pelo Instituto Premier desde as primeiras edições do Prêmio e, também, na realização e formação do curso ‘Viver a Música - formação de músicos atuantes em hospitais e instituições de saúde’.


E as panelas foram comandadas pelo casal Mohammed e Hadil Farhat, refugiados palestinos residentes no Brasil. "Eu conheci o Mohammed, olha como a vida é, através da Goretti. Ela começou a trabalhar no Fundo Nacional de Saúde. A primeira missão dela foi com indígenas Yanomamis, depois com repatriados palestinos”, destaca Samir observando que além de pioneira e compartilhadora, Goretti cria pontes.



Prêmio Averroes - pioneiro e compartilhador


Concebido em 2008 pela OBORÉ a pedido do Instituto Premier, no âmbito do Hospital Premier, o Prêmio Averroes busca valorizar e reconhecer a trajetória de pioneirismo e espírito compartilhador de estudiosos e personalidades atuantes nas mais diversas áreas do conhecimento. 


Coube ao historiador ítalo-brasileiro José Luiz Del Roio conceituar a honraria e ao artista plástico Jaime Prades criar a peça que materializa o prêmio: uma placa de aço carbono oxidado trabalhada em cortes de grafismos vazados inspirados nos padrões florais em relevo das paredes da mesquita de Córdoba.


O nome do prêmio remete ao filósofo, jurista e médico Averroes, que viveu na região de Al-Andaluz entre 1126 a 1198 e tornou-se conhecido por divulgar a obra de grandes filósofos gregos, entre eles Aristóteles. Seu pensamento está marcado pelo viver com ética, pela tolerância a outras culturas e pela razão como método científico.


Já foram homenageados com o Prêmio Averroes o médico Marco Tullio de Assis Figueiredo, pioneiro na implantação dos cuidados paliativos no Brasil (2008); a educadora Ausonia Donato, diretora do Colégio Equipe e pesquisadora da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (2009), Luiz Hildebrando Pereira da Silva, cientista, pesquisador e diretor do Instituto de Pesquisas em Patologias Tropicais de Rondônia (2010), a escritora e psicóloga social Ecléa Bosi (2011), o jornalista, professor e pesquisador Manuel Carlos Chaparro (2012), o médico bioeticista, pesquisador e professor José Eduardo de Siqueira (2013), Leonardo Boff, teólogo brasileiro e escritor (2014), Audálio Dantas, jornalista e escritor (2017), Laerte, cartunista (2018), Diego Grácia, médico bioeticista (2019) e agora, a paliativista, Maria Goretti Maciel (2025).


Nesta edição do prêmio, além do Coletivo Cultural Associação de Amigos da Praça Vladimir Herzog, integram o rol de apoiadores a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), Academia Estadual de Cuidados Paliativos (AECP-SP), Academia Estadual de Cuidados Paliativos (AECP-MG), Cabana Compassiva (MG), Cuidativa (Pelotas), Frente PaliATIVISTAS, Heliópolis Compassiva (SP), Instituto Entrelaçando Vidas e Instituto PaliAtivo.


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Todo Mundo Tem Que Falar, Cantar e Comer


"Todo Mundo Tem Que Falar, Cantar e Comer" é um evento cultural, um espaço de encontros e uma oportunidade para a prática da comensalidade. Gratuito e aberto a todos os públicos, o encontro acontece todo o último domingo do mês na Praça Memorial Vladimir Herzog, em São Paulo.


Recentemente foi incluído no calendário oficial da cidade pela Lei nº 18.321/2025, como um evento que inspira, projeta e reflete em direção a temas como memória, direitos humanos e democracia.


O Todo Mundo é uma realização do Coletivo Cultural Associação de Amigos da Praça Vladimir Herzog, que reúne distintas instituições, organizações e movimentos, dentre eles, a OBORÉ Projetos Especiais e o Instituto Vladimir Herzog.


-> Próxima edição do Todo Mundo Tem Que Falar, Cantar e Comer


A próxima edição do evento será realizada no último domingo do mês de janeiro de 2026, em comemoração ao talentosíssimo artista, Elifas Andreato (in memorian).


Elifas faz parte da Praça, da ideia à estruturação. Inclusive, um dos espaços dedicados à convivência, leva seu nome: Espaço Cultural a Céu Aberto Elifas Andreato.


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